Para o psicanalista, políticos fazem vítimas anônimas e propagam a ideia de que seus delitos são menos danosos que os outros.
Confira alguns trechos da entrevista concedida à Revista Isto é:
Como o sr. enxerga a corrupção no Brasil?
JOEL BIRMAN - A corrupção faz parte da história do Estado brasileiro e ganhou ares de surrealismo e de barroco com as crises do PT, do PSDB e, recentemente, do Democratas. Collor (Fernando Collor de Mello, ex-presidente da República), por exemplo, caiu porque impôs uma taxa de corrupção muito alta. Dizem que a instabilidade começou quando ele ultrapassou os limites razoáveis de corrupção. Collor era um outsider. Surgiu ao inventar a saga do caçador de marajás, mas não tinha lastro político suficiente. A prática da corrupção visava criar uma oligarquia que ele não tinha. Mas é interessante lembrar que, quando a violência é abordada, se fala apenas das gangues urbanas, do tráfico de drogas, dos crimes sangrentos. Quando isso, na verdade, é apenas a ponta do iceberg.
ISTOÉ -Há uma relação direta entre esses crimes e a corrupção?
JOEL BIRMAN -A criminalidade urbana é a face mais visível de uma maquinaria complexa que passa pelo poder político do Executivo, do Legislativo e do Judiciário.
Veja a entrevista completa em AZEVEDO, Solange, Revista Isto É, 29 jan 2010. Disponível em : http://www.istoe.com.br/assuntos/entrevista/detalhe/45797_
Como o sr. enxerga a corrupção no Brasil?
JOEL BIRMAN - A corrupção faz parte da história do Estado brasileiro e ganhou ares de surrealismo e de barroco com as crises do PT, do PSDB e, recentemente, do Democratas. Collor (Fernando Collor de Mello, ex-presidente da República), por exemplo, caiu porque impôs uma taxa de corrupção muito alta. Dizem que a instabilidade começou quando ele ultrapassou os limites razoáveis de corrupção. Collor era um outsider. Surgiu ao inventar a saga do caçador de marajás, mas não tinha lastro político suficiente. A prática da corrupção visava criar uma oligarquia que ele não tinha. Mas é interessante lembrar que, quando a violência é abordada, se fala apenas das gangues urbanas, do tráfico de drogas, dos crimes sangrentos. Quando isso, na verdade, é apenas a ponta do iceberg.
ISTOÉ -Por quê?
JOEL BIRMAN -Faz parte da estratégia do poder tentar dizer que a corrupção é menos corrosiva do que os chamados crimes sangrentos. A corrupção é um crime sem rosto, por isso parece ser um problema menor. Embora prejudiquem a vida de milhões de pessoas e da nação, os corruptos não matam A ou B. Suas vítimas são anônimas. Essa despersonalização faz com que a corrupção pareça menos grave do que outros delitos, como assassinato ou tráfico de drogas.
JOEL BIRMAN -Faz parte da estratégia do poder tentar dizer que a corrupção é menos corrosiva do que os chamados crimes sangrentos. A corrupção é um crime sem rosto, por isso parece ser um problema menor. Embora prejudiquem a vida de milhões de pessoas e da nação, os corruptos não matam A ou B. Suas vítimas são anônimas. Essa despersonalização faz com que a corrupção pareça menos grave do que outros delitos, como assassinato ou tráfico de drogas.
ISTOÉ -Há uma relação direta entre esses crimes e a corrupção?
JOEL BIRMAN -A criminalidade urbana é a face mais visível de uma maquinaria complexa que passa pelo poder político do Executivo, do Legislativo e do Judiciário.
Veja a entrevista completa em AZEVEDO, Solange, Revista Isto É, 29 jan 2010. Disponível em : http://www.istoe.com.br/assuntos/entrevista/detalhe/45797_
A+CORRUPCAO+E+UM+CRIME+SEM+ROSTO. Acesso em 06 dez, 2012.

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Por Karina Gomes Cherubini.
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