Internet, redes sociais e crianças e adolescentes, na visão da especialista

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Patrícia Peck Pinheiro, advogada e especialista em Direito Digital, concedeu entrevista à Revista A & E, do Sistema Positivo de Ensino, esclarecendo sobre segurança na internet e sobre a web na realidade diária das crianças e adolescentes.

Acompanhe alguns trechos da entrevista:

Você acredita que a interação nas redes sociais é positiva para o desenvolvimento da criança e do adolescente em suas relações do mundo real?
Acredito que sim, mas na idade certa.A criança e o adolescente precisam receber uma boa orientação para poder participar das redes sociais, até porque é um ambiente que normalmente contém conteúdo mais adulto e exige maior maturidade para participar de forma ética e segura. O jovem precisa ser educado a manifestar sua opinião sem ofender, sem que isso se transforme até em um ato ilícito, como é o caso do cyberbullyng. Além disso, estar na rede social é como estar na rua, a criança pode ser assediada até mesmo por um pedófilo. Sem a idade certa e com a instrução adequada, ao invés de a tecnologia apoiar o crescimento, pode até gerar um dano psicológico grave (...)

Você acha saudável que os pais imponham limites na internet para os filhos?
Sim, não apenas saudável como uma responsabilidade dos pais. Um filho sem limites pode gerar um entendimento do judiciário que o pai está omisso, negligente com a educação e a vigilância do menor (...). É muito sutil a distinção entre liberdade e abandono. Quem ama cuida e educa.

Qual a sua recomendação para que isso ocorra de forma amigável e sem desentendimentos?
Eu entendo que os pais devem estar presentes na vida digital do filho (...)Monitorar é justamente permitir o exercício da liberdade sem riscos, não é proibir, mas, sim, ficar de olho.

Que tipo de problemas podem ocorrer na web dos quais os pais devem proteger os filhos?
Os maiores problemas envolvem a exposição excessiva do filho na web, que muitas vezes expõe até mesmo a família.(...)Os incidentes envolvendo assédio, pedofilia, publicação ou uso de imagem não autorizada, ofensa digital, plágio, pirataria, contaminação por vírus são os mais comuns. (...)

Hoje a legislação brasileira já protege a família e a criança de crimes virtuais?
(...) Os serviços gratuitos na internet, entre eles as redes sociais, atraem os jovens e ficam com suas informações. Há uma crescente preocupação com a privacidade dos internautas,  pois não existe almoço grátis, hoje a moeda da internet é pagar com suas próprias informações (...)
(...)Além disso, há também um aumento de exposição do menor provocado pelas próprios pais, que colocam filmes de crianças no Youtube com cenas que o ridicularizam (...)

O que são indivíduos digitalmente corretos?
São os que cumprem as leis. E isso é o maior desafio no Brasil, pois o jovem não recebe uma educação maior sobre as regras em vigor no seu país, o que está previsto na Constituição Federal (ex: proteção da imagem e da reputação), no Código Civil (não poder usar foto sem autorização prévia), no Código Penal (crime de ofensa à honra como a difamação, de pirataria, outros). Logo, o primeiro passo é a educação (...)

Leia a entrevista completa na Revista A & E, Revista do Sistema Positivo de Ensino. Ano 13, nº 19, Curitiba,  julho 2012, páginas 6 e 7.  Disponível em http://www.educacional.com.br/spe/revistaAeE/2012_07/






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