Conheça a composição do Conselho Municipal de Saúde de Ilhéus - biênio 2013-2015

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DECRETO Nº 063/2013
Nomeia membros do Conselho Municipal de Saúde em cumprimento ao disposto nas leis n° 3.275 e 3.276 de 12 de janeiro de 2007.

REPRESENTANTES DO GOVERNO: 

Secretaria de Saúde do Estado da Bahia: 

Yolando de Souza Titular e Sonilda Santana de Mello Said - suplente. 

Secretaria Municipal de Saúde do Municipio: 

Ledivia Sampaio Nogueira Espinheira Titular e Cristiane Bittencourt. 

REPRESENTANTES DOS PRESTADORES DE SERVIÇOS CONVENIADOS AO SUS: 

Estabelecimentos de Saúde não Filantrópico: 

Sindicato dos Laboratórios Clínicos e Patológicos do Estado da Bahia - Mario Augusto 

Santana dos Anjos, titular e Laboratório Bio Life - suplente. 

Estabelecimentos de Saúde Filantrópico: 

Naide Silveira de Souza (Hospital São José), titular e Zenaldo Prudente, suplente. 

Estabelecimentos de Saúde Público: 

Julio Lenin Dias Guzman, titular e Ariel Oliveira Souza, suplente. 

REPRESENTANTES DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE: 

Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal do Estado da Bahia: 

Jorge Luiz Santos, titular e Edson Santos Vieira, suplente. 

Associação dos Agentes de Endemias de Ilhéus: 

Eduardo Neves, titular e Sindiacs, suplente. 

Associação Baiana de Odontologia: 

Dr. Adelino Douglas Vilas Boas de Jesus, titular e Sintesi, suplente. 

Conselho de Farmácia do Estado da Bahia: 

Ana Rita Lago dos Anjos, titular 

Conselho Regional de Psicologia: 

Elza Cardoso dos Santos 

REPRESENTANTES DOS USUÁRIOS:

Sindicato dos Servidores Públicos Municipal de Ilhéus,(SINSEPI): 

Fred Santos de Oliveira, titular e Sindicato dos Bancários, suplente. 

APPI - Delegacia Costa do Cacau: 

Enilda Mendonça de Oliveira, titular e Sindtáxi, suplente. 

Cáritas Diocesana de Ilhéus: 

Tavila Aparecida de Assis Guimarães e Pastoral da Criança - suplente. 

Grupo SAPHOS: 

Diala Silva de Magalhães, titular e Casa de Passagem Dona Eunice, suplente. 

Comitê de Entidades Socias (COESO): 

Geraldino Rocha, titular e Instituto Nossa Ilhéus, suplente. 

Associação de Moradores do Bairro Teotônio Vilela: 

Makrisi Angeli de Sá, titular e Associação de Moradores do Bairro São Miguel, 

suplente. 

Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Ilhéus–APAE: 

Maria do Socorro Pastor Diamantares Magalhães, titular e ADEFI, suplente. 

Associação dos Diabéticos de Ilheus: 

Celia Oliveira Cardoso, titular e Associação dos Anêmicos Falciforme de Ilhéus, 

suplente. 

Associação de Pacientes Renais Crônicos e Transplantados do Municipio de Ilhéus 

(ARCROETIL): 

Reinam Gomes dos Santos, titular e Associação de Pacientes Renais Crônicos e 

Transplantados do Sul da Bahia (ARCROETSULBA) 

UNEGRO, 

José Joaques, titular e Zambiaxé, suplente.


Diário Oficial de Ilhéus, 25 de Junho de 2013, Edição n° 106. Disponível em http://www.ioe.org.br/prefeitura/ilheus/listagem.cfm?pagina=abre_documentos&arquivo=_repositorio//_documentos/163/4026/_

Jornais Eco Kids e Eco Teens podem deixar Ilhéus...

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Mas ganhar o território baiano!

A proposta foi feita pelo Centro de Apoio às Promotorias de Justiça de Meio Ambiente (CEAMA) , do Ministério Público da Bahia. Isto porque o projeto dos jornais ambientais, financiado pelos infratores, como compensação do dano, que vem sendo executado há três anos em Ilhéus, mostrou-se facilitador eficiente da implantação da educação ambiental nas escolas.

No dia 03 de junho de 2013, às 9h, em Salvador, haverá reunião entre o Coordenador do CEAMA, Marcelo Guedes, e a titular da 8ª Promotoria de Justiça de Ilhéus, Karina Gomes Cherubini, idealizadora do projeto, para acertos iniciais. Havendo aprovação, os jornais Eco Kids e Eco Teens e sua metodologia serão explicados aos demais Promotores de Justiça da Bahia da área ambiental,  para que possam ser replicados nas demais cidades.

Imagem: Jornal Eco Kids, 1ª edição, Colégio São Jorge dos Ilhéus. Arquivos da 8º PJ. 



Ministério Público propõe apresentação de contas da educação mediante TAC em Ilhéus

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No dia 27 de junho de 2013, às 15h, será realizada audiência extrajudicial no Ministério Público da Bahia, Escritório Regional de Ilhéus, para buscar a regularização da apresentação das contas das verbas gastas em educação na rede municipal de ensino ao Conselho do Fundeb.

O Município de Ilhéus não apresenta as contas ao Conselho desde julho de 2012, sendo que a reprovação das contas pelo Colegiado poderá ter efeitos nas transferências de recursos federais para a área da educação. Para tentar solucionar o impasse e assegurar tanto a transparência na gestão de recursos, como a efetividade da previsão constitucional de participação popular e gestão democrática do ensino, a ser implementada pelos Conselhos de Controle Social,  a 8ª Promotoria de Justiça de Ilhéus apresentou proposta de termo de ajustamento de conduta, com previsão das datas de encaminhamento dos relatórios contábeis e outros documentos obrigatórios que devem ser fornecidos pelo Município, a fim de que o Conselho do Fundeb avalie as despesas efetuadas com as verbas vinculadas da educação, incluindo salário-educação e PNATE (transporte escolar).

Foram convidados para a audiência o  Sr. Prefeito Municipal de Ilhéus, Jabes Souza Ribeiro, o  Procurador-geral do Município de Ilhéus, Dr. Otávio Augusto Carmo,  bem como o Presidente do Conselho de Acompanhamento do Fundeb, Prof. Osman Nogueira Junior.

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), através da Resolução CD/FNDE, nº 24, de 14 de junho de 2013,  concedeu o prazo até 09 de agosto de 2013 para a apresentação do parecer conclusivo do Conselho do Fundeb de cada município.

Saiba mais:
http://www.fnde.gov.br/fnde/legislacao/resolucoes/item/4608-resolu%C3%A7%C3%A3o-cd-fnde-n%C2%BA-24,-de-14-de-junho-de-2013

http://www.fnde.gov.br/prestacao-de-contas/prestacao-de-contas-perguntas-frequentes

Imagem: Conselho do Fundeb/Ilhéus (http://conselhofundebilheus.blogspot.com.br/2011)




A fila processual andou...

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Projetos para Jardim Botânico, Código Municipal de Meio Ambiente,   aterro sanitário;    plano de conservação e recuperação de manguezais, plano energético para o Município. Ideias realmente boas se os projetos tivessem sido elaborados. Afinal,  a empresa vencedora da carta-convite nº  154/94  fora paga para elaborá-los.  O contrato foi assinado no valor de R$ 108.000,00 (cento e oito mil reais). Desses, R$ 36.000,00 foram efetivamente pagos.

Poucos lembram desse contrato. Mas o processo ainda está na 2ª Vara da Fazenda Pública de Ilhéus.  O Ministério Público tomou conhecimento tardio da contratação, quando não mais era possível o ingresso com a ação de improbidade. Entretanto, como a Constituição Federal determina que as ações de ressarcimento ao erário são imprescritíveis, ingressou com a ação de ressarcimento, no ano de 2002.

Espera-se que agora ande. Falta o Município de Ilhéus, que ingressou como autor, ao lado do Ministério Público, pronunciar-se sobre as contestações. O mandado judicial para intimar o Município já está nas ruas, com o Oficial de Justiça.  Depois, o pronunciamento da Justiça, marcando a audiência de instrução ou julgando com as provas que estão nos autos. Há onze anos.

Processo nº 0004790-29.2002.805.0103, antigo nº 20024384-8. 

Imagem: Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Aleia_Barbosa_Rodrigues,_no_



  

UESC lança lista de espécies ameaçadas de extinção

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Um grupo de pesquisadores coordenados pela Profª. Dra. Sofia Campiolo, da área de Zoologia do Departamento de Ciências Biológicas (DCB) da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) criou a Lista Vermelha ou Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção da Bahia, disponível no site www.listavermelhabahia.org.br.

A iniciativa contou com a participação da UESB e UEFS e com o apoio da Secretaria Estadual de Meio Ambiente. A Lista Vermelha da Bahia é resultado do processo de avaliação do estado de conservação da fauna e flora.

O lançamento deste site faz parte do processo de avaliação da biodiversidade da Bahia, que permitirá identificar quais espécies da flora e fauna encontram-se ameaçadas.

A professora Sofia Campiolo lembra que apesar de existirem listas globais e nacionais, “as listas estaduais são uma ferramenta essencial para estabelecer um monitoramento do estado de conservação da biodiversidade local.” Informações da Ascom\Uesc.


Blog do Gusmão, 17 jun 2013. Disponível em http://www.blogdogusmao.com.br/v1/2013/06/17/uesc-lanca-lista-de-especies-ameacadas-de-extincao-da-bahia/ Acesso em 18 jun 2013.


Saiba mais: Jornal Bahia Online, 17 jun 2013. http://www.jornalbahiaonline.com.br/noticia/23025/uesc_e_sema_
assinam_acordo_de_cooperacao 
Jornal Bahia Online,  14 jun 2013. Disponível em:  http://www.jornalbahiaonline.com.br/noticia/23004/
pesquisadores_elaboram_lista_de_especies_em_extincao_na_bahia 
Acesso em 18 jun 2013

Mercado Livre condenado a indenizar escola por venda irregular de videoaulas

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Mercado Livre é condenado por venda irregular

O site de comércio eletrônico Mercado Livre foi condenado a pagar R$ 10 mil em indenização a uma escola por vender videoaulas oferecidas com exclusividade aos seus alunos. A decisão é do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que seguiu o entendimento, já ratificado no Superior Tribunal de Justiça, de que provedores de internet são responsáveis pelos danos após serem notificados sobre a existência do material impróprio.

As videoaulas, que motivaram o processo, não são regularmente comercializadas em CDs, DVDs ou downloads. São apenas exibidas à distância aos estudantes matriculados na instituição, que oferece cursos preparatórios para concursos e exames de Ordem. Apesar disso, eram anunciadas para venda no site. Na Justiça, a escola preparatória pediu indenização por danos materiais e morais por causa da negligência do Mercado Livre, que não removeu o material depois de ser notificada.

Queixa aceita
A 4ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte julgou o pedido procedente e condenou o site a indenizar em R$ 10 mil. Wilson Roberto, Adriano Godinho e Paulo Eduardo Gontijo, advogados da escola, interpuseram apelação para reformar a sentença. Eles alegaram que a distribuição de produtos ilícitos atreladas ao nome e à marca da autora da ação e a “ampla capacidade de indenizar da apelada” deveriam ser levadas em conta. Além disso, disseram que um valor mais elevado ajudaria a “reprimir e prevenir condutas semelhantes”.

O Mercado Livre também entrou com apelação. A companhia apontou violação do princípio do contraditório, por falta de oportunidade para se manifestar sobre os documentos apresentados pela escola. Também defendeu a ilegitimidade da instituição para reclamar direitos autorais. Segundo a defesa do Mercado Livre, a autora é mera distribuidora de conteúdos da área jurídica e a “a titularidade dos direitos autorais cabe aos professores do curso”.

A empresa, que reúne aproximadamente 12 milhões de anúncios ativos, ainda afirma que o espaço virtual é oferecido para que terceiros negociem seus produtos e que não é responsável por “obrigações decorrentes das transações originadas”. Alegou, por fim, que não haveria meios de atender à notificação extrajudicial, uma vez que não foi comprovada a titularidade dos direitos autorais e que a exclusão prévia impediria a comercialização de outros produtos com o mesmo nome da escola preparatória.

Negligência reconhecida
O TJ-MG rejeitou a apelação da escola e parte dos argumentos do Mercado Livre. A corte reconheceu o interesse recursal da autora da ação e a legitimidade ativa para reivindicar direitos autorais. Quanto à existência de culpa do site de vendas, no entendimento do desembargador Gutemberg da Mota e Silva, a sentença de primeiro grau estava correta.

“Como se sabe, os provedores de serviços na internet, como é o caso do apelante, que disponibiliza a seus usuários espaço para a divulgação e comercialização de diversos produtos mediante remuneração, somente respondem por danos causados a terceiros se comprovada a sua culpa diante da comunicação do interessado a respeito da violação ao seu direito. Assim, o réu não pode ser condenado a reparar os danos causados por meio do espaço virtual que disponibiliza simplesmente por disponibilizar tal espaço, mas apenas se for demonstrada sua negligência”, ponderou o relator.

Segundo ele, a jurisprudência afasta a obrigação de controle prévio dos conteúdos incluídos por terceiros, mas exige atuação rápida se avisado sobre abuso. “Tal comunicação, conforme os julgamentos em casos semelhantes, não possui forma determinada, devendo ser aceita qualquer comunicação que inequivocamente informe a respeito do conteúdo ofensivo ao direito (seja ele moral, material ou de propriedade intelectual ou autoral) e requeira a sua retirada”, apontou.

Gutemberg de Mota e Silva admitiu violação da Lei de Direitos Autorais (Lei 9.610/1998) e afirmou que, pela ausência de previsão legal detalhada, é considerada válida qualquer comunicação ao provedor sobre conteúdo ilícito. Ele ainda afastou o argumento do Mercado Livre de que o nome da escola poderia ser confundido com outros produtos, o que impediria a remoção de anúncios.

Acompanhado pelos desembargadores Veiga de Oliveira e Paulo Roberto Pereira da Silva, o relator afastou a presença de danos morais para a indenização. Para eles, não houve demonstração na causa de prejuízo não patrimonial ou qualquer dano à marca.

Ambas as partes apresentaram Embargos de Declaração. A 10ª Câmara Cível do TJ-MG rejeitou os argumentos do Mercado Livre e acolheu os da escola preparatória, por omissão no acórdão sobre a admissibilidade de recurso. À revista eletrônica Consultor Jurídico, Wilson Roberto afirmou que a defesa da instituição de ensino pretende recorrer no STJ, para pedir o reconhecimento de danos morais. Os advogados do Mercado Livre não foram localizados até a publicação desta matéria.

1.0024.07.550713-7/003

VIEIRA, Vitor. Revista Consultor Jurídico, 11 jun 2013. Disponível em http://www.conjur.com.br/2013-jun-11/mercado-livre-indenizar-escola-venda-irregular-videoaulas




Ensino Médio e técnico profissional: disputa de concepções e precariedade

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Como nos últimos cinquenta anos avançamos de forma pífia no aumento quantitativo e na qualidade dos jovens que cursam o ensino médio na idade adequada, e as políticas de formação profissional para a grande massa de jovens e adultos estão na lógica da improvisação, da precarização e do adestramento.


Gaudêncio Frigotto

Um dos contrastes que se reitera historicamente em nossa sociedade é a absurda concentração de renda e propriedade na mão de uma minoria e, como consequência, uma grande massa de pobres ou miseráveis.
Como a escola e os processos formativos não são apêndices da sociedade, mas parte constituída e constituinte dela, a desigualdade social se reflete na desigualdade educacional. O estigma colonizador e escravocrata da classe dominante brasileira produziu uma burguesia que não completou, em termos clássicos, a revolução burguesa e, como tal, não é nacionalista, mas associada ao grande capital.
Trata-se de uma classe dominante que desde o Império tem um discurso retórico que apresenta a educação como uma prioridade fundamental, uma espécie de “galinha dos ovos de ouro”para resolver todas as mazelas da sociedade. Almeida de Oliveira, em discurso no Parlamento em 18 de setembro de 1882, afirmava: “Na instrução pública está o segredo da multiplicação dos pães, e o ensino restitui cento por cento o que com ele se gasta”.1
Esse discurso hoje se materializa no slogan “todos pela educação”, mas na realidade legitima propostas educacionais de interesse privado dos grupos industriais, do agronegócio e dos serviços, especialmente bancos e grande imprensa privada. Isso se efetiva pela adoção por prefeituras e estados de institutos privados para gerir os sistemas de ensino no conteúdo e no método e nos valores mercantis.
O passo mais ousado desse processo foi lançado em 31 de janeiro de 2013 com o nome sugestivo deConviva Educação, um virtual “gratuito”, desenvolvido por “investidores sociais” para apoiar a gestão das secretarias municipais de educação de todo o Brasil. Quem são esses protagonistas? Fundação Lemann, Fundação Roberto Marinho, Fundação SM, Fundação Itaú Social, Fundação Telefônica Vivo, Fundação Victor Civita, Instituto Gerdau, Instituto Natura, Instituto Razão Social, Itaú BBA e o Movimento Todos pela Educação. A barriga de aluguel para a gestão e a divulgação é a União Nacional dos Dirigentes Municipais da Educação (Undime), com o apoio do Conselho Nacional de Secretários da Educação (Consed).
Mas desde o Império são exatamente os representantes laicos e religiosos desses grupos privados que no Judiciário, no Parlamento e na burocracia do Estado, sustentados pelo monopólio da grande imprensa, que barraram ou desfiguraram as propostas que emanam do debate da sociedade e buscam afirmar o sentido republicano do direito à educação básica, pública, gratuita, universal e laica. Há mais de dois anos o Plano Educação, amplamente negociado e debatido na sociedade, está sendo protelado e desfigurado por essas forças privadas.
Dermeval Saviani, na videoconferência referida na nota 1, explicita de forma sucinta a negação histórica ao efetivo direito de educação básica pública de qualidade com a equação: filantropia + protelação + fragmentação + improvisação = precarização geral do ensino no país.
Para elucidarmos o resultado desse descaminho histórico, fixamo-nos no ensino médio e na formação técnica e profissional. Trata-se do duplo passaporte à cidadania efetiva, no plano político, social e econômico, mediante o acesso qualificado ao mundo da produção.
Cidadania política significa ter os instrumentos de leitura da realidade social que permitam ao jovem e ao adulto reconhecer seus direitos básicos, sociais e subjetivos e lhes confiram a capacidade de organização para poder fruí-los. No plano da formação profissional, a cidadania supõe a não separação desta com a educação básica. Trata-se de superar a dualidade estrutural que separa a formação geral da específica, a formação técnica da política, lógica dominante no Brasil, da Colônia aos dias atuais − uma concepção que naturaliza a desigualdade social postulando uma formação geral para os filhos da classe dominante e de adestramento técnico profissional para os filhos da classe trabalhadora.
A retórica reiterada da importância da educação “de todos pela educação” e do “convida educação” mostra-se cínica diante dos dados do Censo do Inep/MEC de 2011. O Brasil tem hoje 8.357.675 alunos matriculados no ensino médio. Apenas 1,2% no âmbito público federal, 85,9% no estadual, 1,1% no municipal e 11,8% no privado. Pode-se afirmar que no âmbito público apenas o 1,2% de alunos em escolas federais e algumas experiências estaduais, como a Escola Liberato no Rio Grande do Sul, têm padrões de qualidade internacional, com professores em tempo integral, carreira digna, tempo de pesquisa e orientação, laboratórios, biblioteca, espaço para esporte e arte etc., cujo custo econômico anual médio é de aproximadamente R$ 8 mil.
Dos 85,9% de jovens que estão nas escolas estaduais, mais de um terço o fazem à noite, com professores trabalhando em três turnos e em escolas diferentes e com salários vexatórios. O custo médio é de aproximadamente R$ 2 mil por ano, um quarto do custo federal. Uma mensalidade numa escola privada de elite corresponde ao que a sociedade brasileira está disposta a gastar com a maioria absoluta dos jovens que estão no ensino médio.
Mas o alarmante é o que revela a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad, 2011) sobre a negação do direito ao ensino médio aos jovens brasileiros. Dezoito milhões de pessoas entre 15 e 24 anos estão fora da escola e 1,8 milhão, em idade de estar no ensino médio, não o estão frequentando. Na faixa de entrar na universidade (18 a 24 anos), 16,5 milhões de jovens, ou seja, 69,1% não estudam. Pode-se concluir que o Brasil não tem de verdade ensino médio.
A metáfora do apagão educacionalque aparece no vozerio de empresários e seus representantes intelectuais e políticos, para reclamar da falta de pessoal qualificado, esconde quem o produz: a mentalidade colonizadora e escravocrata da classe dominante. Com o quadro de ensino médio apresentado, a formação profissional em nível superior ou pós-médio só pode ser medíocre.
Os dados da Pnad mostram que apenas 9% dos jovens entre 18 e 24 anos entram no curso superior. É claro que vão faltar, especialmente em algumas áreas, profissionais qualificados. Como nos últimos cinquenta anos avançamos de forma pífia no aumento quantitativo e na qualidade dos jovens que cursam o ensino médio na idade adequada, a maioria só atinge o ensino fundamental, e as políticas de formação profissional para grande massa de jovens e adultos estão na lógica da improvisação, da precarização e do adestramento.
Isso fica evidenciado no seguinte dado histórico: em 1963, no curto governo João Goulart, em razão da carência de trabalhadores qualificados, criou-se o Programa Intensivo de Preparação de Mão de Obra (Pipmo), que foi transitório e de curta duração. Veio o golpe civil-militar e esse programa durou dezenove anos.
O que é espantoso é que, cinquenta anos depois, a grande política do Estado brasileiro na formação profissional dos jovens e adultos reedita o Pipmo, com as mesmas características, mas com um volume muito maior de recursos, por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e do Programa Nacional de Educação do Campo (Pronacampo).
Essas políticas, sem a base do ensino médio, constituem um castelo de areia. A meta até 2014 anunciada pelo Ministério da Educação é de 8 milhões de vagas, a maioria no Sistema S, especialmente pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Com o aporte de dinheiro público do BNDES de R$ 1,5 bilhão, pavimenta-se esse castelo, mas continuaremos negando a efetiva cidadania política, econômica, social e cultural à geração presente e futura de nossa juventude. Na expressão de Florestan Fernandes, “continuaremos a ser um Brasil gigante com pés de barro”. Vale dizer, um gigante econômico com uma democracia efetiva frágil e formal e uma sociedade absurdamente desigual.
A mudança não virá da classe dominante e seus representantes no âmbito político, jurídico e religioso. Isso somente poderá mudar pela organização dos movimentos sociais, sindicatos e intelectuais; forças políticas e culturais que efetivamente lutem pelos direitos dos trabalhadores do setor público e privado e forcem as mudanças estruturais que mantêm uma sociedade que, como analisa Francisco de Oliveira, produz a “miséria e se alimenta dela”. E essa mudança só se dará quando os autodenominados “investidores sociais” anteriormente citados pagarem impostos sem a troca da tutela do Estado por benefícios fiscais e houver imposto de renda progressivo. Então poderemos ter fundos públicos para uma escola básica que inclua o ensino médio público, laico, gratuito e universal, no padrão do 1,2% da rede federal atual. Certamente será uma poderosa mediação para a cidadania política, econômica e cultural.

Gaudêncio Frigotto
Doutor em Educação – História e Sociedade (PUC-SP), professor titular de Economia Política da Educação da Universidade Federal Fluminense e professor do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.

1. Ver Dermeval Saviani, As reformas educacionais no Brasil, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 13 out. 2012 (videoconferencia)


FRIGOTTO, Gaudêncio. LeMonde Diplomatique. 01 mar 2013. Disponível em http://www.diplomatique.org.br/print.php?tipo=ar&id=1384. Acesso em 11 jun 2013.



Lançada nova edição do Jornal Eco Teens

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Estudantes do Colégio São Jorge dos Ilhéus, em parceria com o Ministério Público Estadual, lançaram ontem (quarta, 05) a terceira edição do jornal Eco Teens.

O impresso chega ao seu segundo ano, como uma iniciativa do MP junto com escolas, poder público e iniciativa privada.

Nesta edição, os alunos da 5ª a 8ª séries abordaram questões sobre biopirataria, água, lixo e energia. O jornal é custeado com dinheiro de multas aplicadas a infratores ambientais.

Instituto Municipal Eusínio Lavigne inicia sua preparação para o Eco Teens

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Alunos do IME realizaram seminário em comemoração à Semana do Meio Ambiente
Posted By Roberto Rabat Chame On 6 de junho de 2013 @ 11:46 In Ecologia | No Comments
Professores e alunos do Instituto Municipal de Ensino Eusínio Lavigne (IME-Centro) comemoram a semana do meio ambiente com a execução de ações do Projeto Água: nosso maior tesouro, proposta educacional, uma atividade interdisciplinar contemplando 393 estudantes das 7ª e 8ª séries do ensino fundamental II. O objetivo do projeto é oportunizar aos alunos para o conhecimento sobre a importância da água na vida dos seres vivos, através do contato direto com o ambiente.
Semana do Meio Ambiente.[1]
Semana do Meio Ambiente.

Como parte das atividades do projeto, foi realizado na manhã desta quinta-feira (06), no auditório da Justiça Federal, o seminário sobre a importância e uso racional da água, contando com apresentações de trabalhos realizados pelos alunos. O seminário foi aberto com a palestra da professora Lidiney Campos, da disciplina de ciências do IME, que falou sobre a importância da implantação da água e da necessidade da participação de toda a comunidade escolar na preservação desse patrimônio natural. Ela explicou que esse trabalho de conscientização dos alunos foram iniciado pelo projeto no mês de maio, nas aulas de sua disciplina ciências e língua portuguesa, orientados pelas professoras Cátia Hughes e Clotilde Amaral, e também aulas de educação física, pela professora Aparecida Fontes, e por Giovane Barbosa, nas aulas de matemática.

Logo depois foi a vez da palestra sobre “Água: aprendendo a usar com responsabilidade para a manutenção da vida”, proferida pela assistente social da Embasa, Cibele Fontes. Após a palestra foi feito o sorteio de brindes educativos patrocinados pela Embasa. O seminário contou ainda com a apresentação teatral feita pelo grupo do Serviço Social da Indústria (Sesi), encerrando as atividades da manhã. Participaram do seminário no turno matutino a representante da Embasa, Sandra Nunes e os professores José Eduardo Menezes, Flordenice Santiago e Aparecida Fontes e os servidores Eliete Freitas e Conceição Ramos.
Na parte da tarde foi a vez de apresentações de trabalhos realizados pelos alunos, contando com dramatizações, recital, produção de cartazes e músicas, orientados pelas professores de português e artes Cátia Hughes e Clotilde Amaral. O evento aconteceu no auditório do IME, contando com a participação expressiva dos alunos. Para os estudantes, o seminário foi uma oportunidade de conhecer mais sobre a água e despertar para a importância da preservação do meio ambiente.
O projeto foi iniciado no mês de maio com aulas expositivas, dialogadas, pesquisas no livro didático e internet. No mês de junho, iniciaram as aulas de campo, atividade extraclasse com visitas ao local de captação de água do Iguape, estação de tratamento de água e de tratamento de esgoto. Para o segundo semestre estão planejadas visitas às praias da cidade e à Lagoa Encantada, com objetivo de medir a temperatura, oxigênio dissolvido, salinidade, tabulação de dados. O projeto será encerrado no mês de outubro com a edição de um vídeo educativo produzido pelos alunos e publicação da segunda edição do Jornal Eco Teens, em parceria com o Ministério Público.


Article printed from R2CPRESS | A Letra Fria da Verdade: http://www.r2cpress.com.br/v1